Imigrantes menores de 18 anos de idade afirmam que sofreram espancamentos, agressões sexuais e privações de comida e agua e até ameaças de morte por parte de funcionários do Immigration and Customs Enforcement (ICE). Eles estavam sob custódia da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos (CBP, sigla em inglês), agência do Departamento de Segurança Interna (DHS, sigla em inglês).
Esta acusação de maus-tratos é o tema de um relatório divulgado na quarta-feira, dia 23, pela American Civil Liberties Union (ACLU) e pela University of ChicagoLaw School, que analisou mais de 30 mil páginas de documentos relacionados a incidentes ocorridos entre 2009 e 2014.
As queixas vão desde o comportamento antiprofissional dos funcionários a atos perturbadores de abuso relatados em todos os três estágios da imigração, da apreensão e detenção à deportação.
Em um dos casos citados, um menino de 16 anos disse que foi jogado ao chão e pisoteado por um agente da patrulha de fronteira. Uma menina afirmou que lhe foi negada medicação para dor e absorventes depois de ter passado por uma cirurgia para remover um cisto ovariano. Outros relataram terem sido pressionados a assinar formulários de “autodeportação”, que agilizam o processo de remoção e negam aos imigrantes uma audiência completa perante um juiz de imigração.
O relatório, que chama a lei de imigração dos Estados Unidos de “notoriamente complexa”, afirma que as duas agências encarregadas de supervisionar o CBP – o Escritório de Direitos Civis e Liberdades Civis do DHS e o Escritório do Inspetor Geral – estão com problemas e “falharam realizar apropriadamente as investigações”, muito menos remédio e alegados abusos.
Claudia Flores, professora assistente de Direito Clínico da Universidade de Chicago, fez um convite para que a comunidade se junte para “discutir o relatório”. Ela também é diretora da Clínica Internacional de Direitos Humanos; Nabihah Maqbool, um estudante de Direito do terceiro ano da Universidade ajudou na pesquisa e redigiu o relatório.
Fonte: Redação – Brazilian Times